INOCÊNCIA é um espetáculo de dança contemporânea que tem como ponto de partida a obra homônima do escritor Visconde de Taunay, publicada no século 19 e considerada hoje o romance símbolo de Mato Grosso do Sul.
Se Taunay projetasse seu olhar hoje para este mesmo território, que mulher ele veria?
Três intérpretes-criadoras em diferentes fases da vida buscam atualizar os temas propostos no romance a partir de suas próprias questões, entrelaçando física, biologia, filosofia, intimidade e kung fu. Sempre ao som de uma única música, que se repete em versões absolutamente distintas, sugerindo que a insistência em um tema já composto pode trazer novos caminhos para o tempo presente.
O espetáculo foi aprovado pelo prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011 e circula com recursos do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul – FIC/MS 2013
Classificação livre.
RELEASE
O espetáculo de dança parte do olhar de três intérpretes com experiências distintas que se relacionam através da dança com os temas despertados por uma leitura atual do livro “Inocência”.
Na primeira versão, em 2012, estiveram em cena Renata Leoni, bailarina e produtora de dança, que voltou aos palcos depois de 12 anos, Camila Emboava, bailarina e jornalista, em seu primeiro trabalho com dança contemporânea e Guilherme Leoni, ilustrador e filho de Renata, pela primeira vez no palco.
Na versão atual, três mulheres em diferentes fases da vida - Renata, Camila e Paula Bueno, que é bailarina, designer e também diretora do espetáculo, se relacionam em cena.
Publicado em 1872, o livro foi um marco do romance regionalista brasileiro e pode-se dizer que é o romance símbolo de Mato Grosso do Sul. O livro foi escrito a partir de uma viagem do autor pela região e tem grande importância na literatura nacional por retratar o sertão brasileiro de forma realista.
A trama acontece em Sant’Ana do Paranaíba, em terras que atualmente são sul-mato-grossenses e que na época de Taunay eram consideradas tão afastadas que eram conhecidas como “vácuo”. O retrato daquela região exótica e inexplorada despertou o interesse do Brasil e de muitos outros países europeus pelo livro, o que fez da obra uma das mais traduzidas da língua portuguesa.
Processo de criação
Para realizar o espetáculo, intérpretes, diretora, assistente de direção e até figurinista fizeram pesquisa corporal no kung fu e tai chi chuan com o professor Dirceu Coelho. Para compor a movimentação, os artistas usaram a lógica do kung fu, que utiliza os movimentos dos animais em coreografias de combate, para criar uma espécie de “kati (sequência de movimentos de kung fu) da borboleta”, inseto retratado no livro de Taunay.
A equipe também realizou entrevistas com especialistas nos diversos temas que são abordados durante a apresentação. O professor Hildebrando Campestrini, que publicou uma edição comentada do livro Inocência, falou sobre a obra de forma geral, a professora Maria Adélia Menegazzo contextualizou a obra dentro da literatura, a dra. Nazira Scaffi, médica, falou sobre os efeitos do açúcar no organismo e a bióloga Clarissa Araújo pesquisou sobre as borboletas e espécies encontradas em Mato Grosso do Sul especialmente para o projeto.
Conectivo Corpomancia
O conectivo Corpomancia é um eixo de processos colaborativos situado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que integra artistas da dança com formações diferentes e atuações profissionais também diversas, com o objetivo de pesquisar, produzir e criar dança contemporânea em sua relação com diferentes suportes: jogo, espetáculo, performance, videodança, videoinstalação e mídias digitais. Desde sua criação, o coletivo elabora produtos a partir da reflexão de conceitos que desestabilizam o hábito de produção de dança da região.
Direção e concepção: Paula Bueno
Intérpretes-criadores: Camila Emboava, Paula Bueno, Renata Leoni
Assistente de direção: Franciella Cavalheri
Cenógrafa e figurinista: Mary Saldanha
Produção: Arado Cultural
Assessora de imprensa: Camila Emboava
Vídeo e fotografia: Adriel Santos, Franciella Cavalheri e Helton Pérez
Design Gráfico: Buennas
Ilustrações: Guilherme Leoni
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